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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SISTEMA DE PARTIDA A FRIO

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O sistema de partida a frio foi desenvolvido para auxiliar a partida do motor em dias frios. Mas o sistema só entra em operação quando o tanque de combustível estiver com mais de 90% de etanol e a temperatura do motor abaixo de 16ºC, se uma destas condições não existir, o sistema não opera.
 
Este sistema não é uma inovação, desde a década de 80 alguns carros a álcool já tinham este mecanismo para ajudar na partida, mas não eram todos, a grande maioria era necessário puxar o afogador, ou insistir bastante para o motor pegar. Com isso, as montadoras, com a chegada dos motores Flex, recolocaram este sistema nos carros, pois se trata da solução mais viável que o afogador.
 
Tudo isso por conta do combustível etanol, que tem uma dificuldade de queimar à temperaturas baixas (< 16ºC), seu ponto de fulgor é de 16ºC, portando não é a temperatura ambiente que determina se o motor funcionará ou não, e sim a temperatura do combustível.
 
Funcionamento do Sistema
Os componentes do sistema são:
 
· Tanque de 1 litro para a gasolina.
Este tanquinho por medidas de segurança e colocado fora do cofre do motor, acima da caixa de rodas e dentro do para-lamas, assim em caso de colisão, a gasolina não é espirrada em cima do motor quente, evitando incêndio.
 
· Bomba elétrica.
A bombinha é instalada no tanquinho pelo lado de fora, para facilitar a manutenção.
 
· Mangueiras flexíveis.
O sistema é composto completamente por mangueiras flexíveis, e são fixadas na carroceria do automóvel.
 
· Filtro de combustível.
· Eletro válvula (solenoide).
Esta válvula tem a função de dosar a quantidade de gasolina que irá para os coletores de admissão. Logo após o motorista girar a chave e as condições de temperatura e a quantidade de etanol no tanque se satisfazer, esta válvula irá atuar com pulsos de injeções. Primeiro, a cada volta do virabrequim um pulso, depois que o motor estiver funcionando, para garantir um funcionamento adequado, a válvula continuará pulsando, mas agora um pulso a cada dois giros do motor, e assim sucessivamente até um pulso a cada 8 giros do motor.
 
Após a eletro válvula, as mangueiras se conectam no coletor de admissão próximo dos injetores de combustível.
 
E como mencionado, a eletro válvula só atua se a temperatura do motor estiver abaixo de 16ºC e o tanque estiver com mais de 90% de etanol. Mas como o modulo sabe que o tanque esta com esta quantidade de etanol?
 
Na partida, o modulo recebe sinal de todos os sensores do motor, inclusive o sensor de temperatura da água. Com relação ao combustível, o modulo tem a informação do último funcionamento do motor, a sonda lambda enviou informação para o modulo até o motor ser desligado, a partir daí o modulo entende qual a quantidade de etanol que estava e esta no tanque. Portanto os fabricantes recomendam, se o usuário esvaziou um tanque de gasolina e abasteceu somente com etanol, é necessário rodar com o veículo pelo menos 12 km para que o sistema de injeção do motor entenda qual é a nova condição de funcionamento (saindo da relação ar/combustível 13,6:1 para 9:1) e assim na próxima partida fria do motor o sistema de partida a frio atuará.
 
Problemas inerentes
Mas o sistema não é infalível, muito pelo contrário, existem vários problemas que acontecem.
 
O mais comum é o motorista esquecer-se de abastecer o tanquinho, e quando for necessário não tem a gasolina para ajudar na partida. O esquecimento não acarreta somente este problema, com o longo período que o tanque fica vazio, o anel de borracha que faz a vedação da conexão bomba elétrica e tanque, resseca, e fica quebradiço, e quando o motorista lembra de abastecer, a gasolina vaza por este anel, ocasionando o mal cheiro.
 
Outro problema é contrário a este, o motorista lembra de abastecer sempre o tanquinho, mas se a temperatura se manter alta por um longo período ou o preço do álcool estiver alto e o motorista utilizar gasolina por um longo período também, aquela gasolina que fica no tanquinho perde a validade, perdendo assim as suas propriedades, e quando for necessário o uso, a gasolina não tem o mesmo efeito.
 
Os outros problemas envolvem falhas nos componentes do sistema, falha na bomba, entupimento do filtro, falha na eletro válvula, etc.
 
Por tudo isso existe inúmeras reclamações dos consumidores a respeito deste sistema. E com isto inúmeros conselhos dos ditos técnicos para o uso deste sistema, por exemplo, não misturar etanol e gasolina no tanque, pois assim (eles dizem) o sistema de injeção fica louco e acarreta falha. Não usar o etanol. Etc. Tudo bobagem. Na verdade é que o projeto mesmo é propicio a falha, pensando nisto e também no custo deste sistema tradicional a Bosch, Magnetti Marelli e Delphi já desenvolveram soluções para o problema.
 
Inovações na partida dos motores Flex
As três empresas estudam este problema a algum tempo, e após o período de pesquisa chegaram a conclusão de que a melhor maneira de dar a partida com etanol é esquentando o mesmo. Então a Bosch desenvolveu o Flex-Start em parceria com a VW, que consiste em uma espécie de resistência elétrica em cada injetor para aquecer o etanol e injeta-los na câmara a uma temperatura ideal de trabalhos, elevando a temperatura do combustível desde -5ºC, a valores de 20º à 30ºC, isso em no máximo 12 segundos. A Magnetti Marelli também desenvolveu um sistema parecido, mas a resistência esta na flauta dos injetores, que segundo eles é mais eficiente, podendo elevar a temperatura do combustível até a 40ºC. A Delphi diz ter um sistema que apenas um injetor fica encarregado de aquecer o combustível.
Mas tudo isso além de ajudar na partida fria do motor, também melhora o consumo de combustível e reduz as emissões de gases, por conta que na partida de qualquer motor, o regime de aquecimento demanda uma pequena aceleração, justamente para aquecê-lo mais rápido, isso eleva o consumo e as emissões por conta de que a câmara de combustão não esta na temperatura ideal de funcionamento dificultando a queima do combustível e aumentando o nível de HC nos gases de escape. Pensando nisto as montadoras estão estudando se seria interessante o uso deste sistema também quando o tanque esta com gasolina, pois as novas leis de emissões que entraram em vigor em 2014 serão mais apertadas e vão fiscalizar também a partida a frio do motor.
O problema de tudo isto é que necessitará de uma bateria maior do motor, fiação com diâmetros maiores e um modulo extra para gerenciar as temperaturas do combustível e das resistências, mas este modulo não pode ser interno no ECM do motor, pois trabalha com uma intensidade de corrente muito elevada justamente por conta das resistências. E o pacote Flex-Start inclui o aumento considerável na pressão do combustível (de 4 para 6 bar) e bicos injetores com 12 furos, em vez de quatro. As duas mudanças servem para diminuir as gotículas de combustível (de 100 para 60 microns) e, assim, melhorar a mistura na câmara de combustão. E mesmo com tudo isto, o Flex-Start é mais barato do que o sistema com tanquinho. Vale a pena o investimento.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Amaciamento de motores


Esta talves é a grande dúvida que os novos proprietários de automóveis se fazem quando acabam de comprar um zero km. Como amaciar o motor ?

É muito comum ouvir de mecânicos e especialistas que durante a primeira parte de vida do motor (os primeiros 1000 km ou até 5000 km) é necessário pisar fundo no acelerador, esticar ao máximo as marchas, chegando ao ponto de trocar as marchas só quando chegar no vermelho do conta giros. Com isso o motor fica mais esperto, solto, dizem até que fica mais potência !

A outra ponta da corda é, se o proprietário não acelerar o motor durante seu inicio de vida, somente andar com baixa rotação o motor vai ficar frouxo, amarrado.

Bom, isso não é completamente errado, realmente se durante a primeira parte da vida do motor o condutor acelerar tudo, o motor ficará mais esperto, mais solto !
E se a rotação não passar dos 2000 rpm (motor ciclo Otto) ele ficará amarrado, dando trancos durante o movimento. Mas é preciso pensar um pouco antes de tomar a decisão de como irá amaciar seu motor.

Antes de tudo, amaciar é um termo técnico utilizado para descrever o primeiro desgaste do motor. O automóvel inteiro assim como o motor é construído com peças intercambiáveis, que podem ser substituídas a qualquer momento por outras idênticas, mas todas elas possuem tolerâncias de fabricação, e como muitas delas tem um contato de atrito, o encaixe num primeiro momento não é perfeito, portanto é preciso um funcionamento durante um tempo para que todas as peças de encaixem umas com as outras. Isto é amaciar.

Uma analogia interessante que ouvi é que amaciar um motor é como fazer um furo na parede com uma furadeira. se você fizer um furo bem lentamente, com a rotação bem baixa da furadeira, é provável que o furo demore a aparecer e algumas imperfeições apareceram, pois a furadeira não ficará firme em suas mão.
Mas se você fizer o furo muito rápido e com a máxima potência e rotação da furadeira, o furo na parede vai ficar com um diâmetro maior que o esperado e com varias imperfeições.

Isso é exatamente o que acontece com o motor. Uma amaciamento com rotação baixa será um amaciamento lento, fazendo com que o condutor tenha a impressão que o motor não desenvolve, sempre esta fraco e amarrado. E um amaciamento com rotações altas levam a um desgaste mais rápido, fazendo com que o condutor pense que após o período de amaciamento o motor esta solto e esperto, mas antes de o motor chegar a meia vida apresentará defeitos estruturais, devido a alta vibração e desgaste que foi imposto.

Portanto, não existe técnica para amaciar o motor, e sim sempre andar de maneira correta, trocando as marchas na faixa de torque máximo do motor (geralmente para ciclo Otto: de 2500 à 4000 rpm dependendo do tamanho do motor / e ciclo Diesel 1500 à 2000 rpm) e se possível nos primeiros 5000 km em algumas ocasiões andar com o automóvel um pouco carregado ou subir ladeiras, mas nuca acelere de mais o motor, sempre utilizando a marcha correta para que o motor fique na faixa de TORQUE MÁXIMO.